terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A ALQUIMIA E A MAÇONARIA - Parte III - Conclusão




De autoria do Ven. Irmão Lucas Francisco GALDEANO 
Venerável Mestre da Loja “Universitária-Verdade e Evolução” nº.3492 do Rito Moderno (2005-2007) ex-Venerável da Loja Miguel Archanjo Tolosa nº.2131 do R.E.A.A.(1991-1993) ex-Grande Secretário Geral de Educação e Cultura do Grande Oriente do Brasil (1993-2001) Presidente do Conselho Editorial do Jornal Egrégora -Órgão Oficial de Divulgação do Grande Oriente do Distrito Federal.



Conclusão: 
A Maçonaria e os maçons com as suas alegorias de construção, como ferramentas: trolha, esquadro, compasso, régua, maço, cinzel; materiais como tríplice argamassa, de forma alguma querem dar a entender que queiram construir algum prédio material - quando assim o querem contratam uma firma especializada - mas sim a construção de um Templo Espiritual à Divindade Maior, o Grande Arquiteto do Universo. É a procura do auto-conhecimento para purificar o ente de cada obreiro, e a partir daí construir a morada do Espírito Santo como falam os cristãos. Essa construção maçônica percorre vários patamares (Escada de Jacó) e à medida que o maçom vai galgando os seus degraus (os graus maçônicos) ele tem um compromisso com a Lei do Karma de estar mais santificado que no patamar anterior. Da mesma forma o alquimista no seu trabalho de manipulação das substâncias não quer dizer que ele queira conseguir ouro material. Alquimia é a ciência pela qual as coisas podem não ser decompostas e recompostas (como se faz em química), mas também sua natureza essencial pode ser transformada e elevada ao mais alto grau ou ser transmutada em outra. 
A química trata apenas da matéria morta, enquanto a Alquimia emprega a vida como fator. Todas as coisas têm natureza tríplice, da qual sua forma material e objetiva é sua manifestação inferior. Assim é que, por exemplo, há ouro espiritual, imaterial; ouro astral etéreo, fluído e invisível, e ouro terrestre, sólido, material e visível. Os dois primeiros são, digamos assim, o espírito e a alma do último e, empregando os poderes espirituais da alma, podemos produzir mudanças nele, a fim de que se, tornem visíveis no estado objetivo. 
Certas manifestações exteriores podem ajudar aos poderes da alma em sua operação. Porém, sem os segundos, as manipulações serão totalmente inúteis. Portanto, os procedimentos alquímicos podem ser utilizados com êxito unicamente por aquele que é o alquimista nato ou por educação. Sendo todas as coisas de natureza tríplice, a Alquimia também apresenta um aspecto triplo. No aspecto superior, ensina a regeneração do homem espiritual, a purificação da mente e da vontade, o enobrecimento de todas as faculdades anímicas. No aspecto mais inferior trata das substâncias físicas e, abandonando o reino da alma viva e desvenda matéria morta. Termina na química de nossos dias. A Alquimia é um exercício do poder mágico da livre vontade espiritual do homem e, por esta razão, pode ser praticada apenas por aqueles que renascem espiritualmente. 
Por último, passarei a palavra final aos alquimistas, ao citar, in toto, seu texto mais sagrado. A Tábua da Esmeralda de Hermes. Via-se esse texto “como uma espécie de revelação sobrenatural aos filhos de Hermes, feita pelo patrono e sua Divina Arte”. De acordo com a lenda, a tábua da Esmeralda foi encontrada no túmulo de Hermes Trismegistus, por Alexandre o Grande, ou, em outra versão, por Sara, a esposa de Abraão. A princípio, só se conhecia o texto em latim, mas, em 1923, Holmyard descobriu uma versão árabe. É provável que um texto anterior tenha sido escrito em grego e, segundo Jung tinha origem alexandrina. Os alquimistas o tratavam com veneração ímpar, gravando suas afirmativas nas paredes do laboratório e citando-o constantemente em seus trabalhos. Trata-se do epítome críptico da opus alquímica, uma receita para segunda criação do mundo,o unus mundus.


A TÁBUA DA ESMERALDA DE HERMES 

1  Verdadeiro, sem enganos, certo e digníssimo de crédito. 
2 Aquilo que está embaixo é igual àquilo que está em cima, e àquilo que está em cima é igual àquilo que está em baixo, para realizar os milagres de uma só coisa. 
3 E, assim como todas as coisas se originam de uma só, pela mediação dessa coisa, assim também todas as coisas vieram dessa coisa, por meio da adaptação. 
4  Seu pai é o sol; sua mãe, a lua; o vento a carregou em seu ventre; sua ama é a terra. 
5  Eis o pai de tudo, a complementação de todo o mundo. 
6  Sua força é completa se for voltada para dentro (ou na direção) da terra. 
7  Separa a terra do fogo, o sutil do denso, com delicadeza e com grande ingenuidade.
8  Ela ascendeu da terra para o céu, e desce outra vez para a terra, e recebe o poder do que está em cima e do que está embaixo. E, assim, terás a glória de todo o mundo. Desse modo, toda a treva fugirá de ti.
9  Eis o forte poder da força absoluta; porque ela vence toda coisa sutil e penetra todo sólido. 
10  E assim o mundo foi criado. 
11  Daqui as prodigiosas adaptações, à feição das quais ela é. 
12  E assim sou chamado HERMES TRISMEGISTUS, tendo as três partes da filosofia de todo o mundo. 
13  Aquilo que eu disse acerca da operação do sol está terminado. 

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