segunda-feira, 12 de março de 2012

Os 33 graus originais do Rito Escocês Antigo e Aceito



O primeiro conjunto de trinta e três graus do Rito Escocês Antigo e Aceito aparece, com algumas diferenças dos atuais, no conteúdo da Constituição redigida em 1º de maio de 1786.


O Rito Escocês Antigo e Aceito é uma prática ritualística estabelecida em 1802, nos Estados Unidos da América do Norte, com 33 graus, sendo 30 oriundos do Rito de Perfeição e do Rito Antigo e Aceito e 3 das Lojas azuis da maçonaria norte americana. O Rito de Perfeição foi criado em Paris, em 1758, com 25 graus, no Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente. O Rito Antigo e Aceito com 33 graus originou-se do Rito de Perfeição, em Bordéus, em 1786, no Conselho de Grandes Inspetores, que elaboraram a Constituição, os estatutos e regulamentos do Conselho e do rito.


Em breve resumo, o Rito de Perfeição atravessava um período de obscurecimento quando os 25 graus eram vendidos a quem pudesse e desejasse comprá-los. Em Charleston, 1783, Isaac da Costa, Deputado do Inspetor nomeado por Moisés Hayes, liderou campanha de combate à propaganda negativa desenvolvida contra a maçonaria. Dizia-se que era sustentada pelo dinheiro de judeus vinculados a empresas internacionais. Foi nesse período de sombras que nasceu, entre os maçons judeus, o mito do rei Frederico, o Grande, dentro da maçonaria. Os cinco judeus fundadores do Supremo Conselho do grau 33º do REAA, em Charleston, em 1801, - John Mitchell, Federico Dalcho, Emílio de la Motta, Abraham Alexandre e Isaac Auld -, anexaram os documentos constitucionais produzidos em 1786 à circular distribuída em 31 de maio de 1802 ao mundo maçônico, anunciando a criação do primeiro Supremo Conselho. A chamada Constituição de 1786 foi assim publicada, trazendo dezoito artigos e a assinatura de Frederico II. A apresentação do documento teve aparências para indicarem o rei da Prússia chefe do Conselho de Grandes Inspetores do rito, como as atas da Grande Loja de Perfeição de Nova York, fundada em 1767, em que constava a solicitação, a 3 de setembro de 1770, a remessa a Berlim dos relatórios das atividades da entidade.


Notícias complementares informaram que Frederico II, em seu leito de morte, tivera condições de ratificar a grande Constituição de 1786, cujo original estava redigido em francês. A vinculação da pessoa do rei Frederico, o Grande, com a Constituição de 1786, na opinião de analistas, foi intencional para valorizar a maçonaria na América e estancar a queda de credibilidade que a venda de graus provocara na Europa.


Apesar do testemunho da grande Constituição que dá o Rito Antigo e Aceito com 33 graus como definitivamente organizado em 1786, demonstrou-se também plenamente que isso se conheceu muito tempo depois dessa data. Esse documento assinado pelo rei Frederico II suscitou acaloradas discussões entre os defensores da autenticidade da assinatura e os céticos na participação do monarca prussiano na elaboração da grande Constituição de 1786. Os divergentes afirmam que Frederico não participou dos trabalhos ativos das Lojas nos seus últimos quinze anos de vida por ter a saúde debilitada. Além disso, Frederico mostrou-se intransigente opositor à prática dos chamados altos graus, os quais considerava o centro da corrupção na confraria maçônica na época. É inegável que o conjunto-base do sistema escocês antigo e seus trinta e três graus constam nos estatutos e regulamentos redigidos em Bordéus, em 1786, e cujo texto completo e oficial está no Recueil des Actes du Suprême Conseil de France,de Letier, Paris, 1832, assim como as constituições, estatutos e regulamentos para o Governo do Conselho de Grandes Inspetores, com a assinatura, legítima ou não, de Frederico, o Grande.
O conjunto do sistema de trinta e três graus de 1786 está listado a seguir:
1º - Aprendiz
2º - Companheiro
3º - Mestre
4º - Mestre Secreto
5º - Mestre Perfeito
6º - Secretário Íntimo
7º - Preboste e Juiz
8º - Intendente dos Edifícios
9º - Mestre Eleito dos Nove
10º - Mestre Eleito dos Quinze
11º - Sublime Cavaleiro Eleito
12º - Grande Mestre Arquiteto
13º - Real Arquiteto
14º - Grande Escocês
15º - Cavaleiro do Oriente ou da espada
16º - Grande Príncipe de Jerusalém
17º - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18º - Soberano Príncipe Rosa-cruz
19º - Grande Sacerdote ou Sublime Escocês
20º - Venerável Grão-Mestre ad-vitam
21º - Noaquita ou Cavaleiro Prussiano
22º - Príncipe do Líbano
23º - Chefe dos Tabernáculos
24º - Príncipe dos Tabernáculos
25º - Cavaleiro da Serpente de Aço
26º - Príncipe da Graça
27º - Grande Comendador do Templo
28º - Cavaleiro do Sol
29º - Escocês de Santo Antonio
30º - Cavaleiro Kadosch
31º - Grande Inquisidor Comendador
32º - Príncipe do Real Segredo
33º - Soberano Grande Inspetor Geral


Fonte: Oficina de Restauração do REAA
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