terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As Colunas Zodiacais





Publicado na Edição 12 em Simbologia 15 de Junho de 2010 da revista Universo Maçônico

O ser humano tem buscado ao longo dos tempos, respostas para os mistérios da vida de várias formas, desde a observação dos fenômenos naturais, na tentativa de reprodução desses mesmos fenômenos, do exercício para a compreensão dos fatos formulando hipóteses, teorias e leis. Antigamente, o homem não dispunha de metodologia científica e para não se sentir distante da compreensão dos mistérios do universo e da verdade absoluta, lançou-se a especulação, trabalhando o incompreensível e o imponderável. Por meio do Misticismo, o homem começou a se aproximar das respostas que queria no aspecto intelectual e espiritual.

O estudo dos corpos celestes e de suas influencias sobre o planeta Terra e os seres humanos, por meio da Astrologia, é um dos grandes exemplos da união de limites imprecisos, entre ciência e o misticismo. Embora a Maçonaria moderna seja baseada em ideias iluministas, liberais, progressistas e normalmente vinculadas ao uso da razão, na busca da verdade absoluta, ela utiliza em seus rituais, na sua simbologia e na sua estrutura filosófica e doutrinária, padrão místico de diversas seitas, religiões e civilizações antigas.

O estudo das colunas zodiacais torna-se fascinante quando tentamos entender a sua simbologia, expressada por meio de figuras e imagens provenientes de vários povos, relacionando de maneira extraordinária o cosmos, o homem e a Maçonaria.

Os signos zodiacais são originários da babilônia, mas o egípcios desenvolveram magnífico trabalho de representação zodiacal. Os chineses também representaram as constelações por meio de imagens de animais. O registro mais antigo que se tem de astrologia está no livro de Jô, o mais antigo Canon Hebreu, anterior ao de Moisés, que fala dos 12 signos e prova que os primeiros fundadores da ciência zodiacal pertenciam a um povo primitivo, antediluviano. Os povos sumerianos e babilônicos criaram a astrologia, os egípcios deram base científica e os árabes, no período medieval, salvaram-na do total desaparecimento.

Pode-se imaginar que tudo começou em tempos imemoriais, quando o homem, em vigília a zelar pelos rebanhos, observava os corpos celestes no firmamento intrigando-se com os seus regulares movimentos. Percebeu então que lenta e regularmente os astros mudavam de posição em relação ao nascer do Sol, e que depois de determinado tempo voltavam com absoluta regularidade ao mesmo ponto no firmamento.

Não pode deixar de observar que o nascimento helíaco de certos grupos de estrelas se repetia em períodos coincidentes com determinados acontecimentos importantes de sua vida, como o nascimento de crias nos rebanhos, a recorrência regular de épocas de chuva, a germinação de culturas sazonais, e outros fatos de sua vida repetitiva de pastor-agricultor.

Sentiu então a necessidade de memorizar e registrar esses fatos astronômicos que começavam a se tornar importantes para orientação de suas atividades. Quando um determinado grupo de estrelas precedia o nascer do Sol era hora de plantar, ou era hora de transferir os rebanhos para outras pastagens, ou era hora de tosquia, ou era hora de colher, ou era tempo de cio entre os animais e era preciso acasalá-los, ou vinha o tempo de nascimentos em sua família. Foi uma consequência inevitável, que aos poucos ele tentasse melhor identificar esses tão importantes grupos de estrelas com nomes próprios, que naturalmente se relacionavam com suas atividades. Recorrer ao nascimento helíaco como ponto de referência foi um passo inicial importante, foi a descoberta de um referencial, foi o início da marcação e medição do tempo.

Nascimento helíaco de um astro é o seu aparecimento logo acima do horizonte imediatamente antes do nascer do Sol.

Assim os grupos de estrelas referenciais de tempo foram recebendo nomes tirados da vida quotidiana daqueles primeiros astrônomos. Esses nomes nada tinham a ver com a formação característica dos conjuntos estelares. Eram simples nomes apenas, nada relacionados com poderes mágicos e premonições.

O zodíaco, que em grego significa ciclo dos animais, é uma faixa celeste imaginária, que se estende entre 8 a 9 graus de cada lado da aclíptica e que com essa coincide. Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece percorrer anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em 12 casas de 30 graus cada uma, e o Sol parece caminhar 1 grau por dia. Os planetas conhecidos na antiguidade (Mercúrio a Saturno) também faziam parte do zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no mesmo plano da órbita da Terra. O zodíaco então é dividido em doze constelações, que são percorridas pelo Sol, uma vez por ano.

A maior evidência de que os nomes das constelações que formam o nosso zodíaco tiveram uma origem conforme descrito anteriormente está na sua relação com a vida pastoril. Podemos classificar os signos do Zodíaco em grupos de três formando quatro categorias distintas:

I) Os três reprodutores de seus rebanhos: Touro, Capricórnio (bode), Áries (carneiro).

II) Os três inimigos naturais dos rebanhos e dos pastores: Leão, Escorpião, Câncer (caranguejo).

III) Os três auxiliares mais importantes dos pastores: Sagitário (defensor, arqueiro), Aquário (aguadeiro ou carregador de água), Libra (pesador e sua balança).

IV) Os três mais destacados valores sociais da comunidade pastoril: Virgem, Gêmeos (benção dos Deuses), Peixes (alimentação).

No sempre presente afã humano de mistificar tudo o que não conhece ou não consegue explicar, já desde remota antiguidade começaram os homens a cercar de mistério as constelações do zodíaco, atribuindo-lhes poderes místicos e premonitórios e assim, creditando aos astros seus sucessos e infortúnios.

Um dos ramos dessa cultura mística, mediante observação de reis e pessoas, procurou determinar uma relação entre o dia do nascimento da pessoa e seu caráter. O processo empírico com que foi desenvolvido o sistema partiu do que se conhecia do homem em sentido moral, ético, beleza, força, determinação, para conectá-lo à posição dos astros. Uma espécie de engenharia reversa, que parte do resultado para lhe determinar fonte ou origem. Assim originaram-se os diversos métodos astrológicos, cujo objetivo era decifrar a influência dos astros no curso dos acontecimentos terrestres e na vida das pessoas, em suas características psicológicas e em seu destino, explicar o mundo e predizer o futuro de povos ou indivíduos. O mais famoso de todos, segundo especialistas, foi o sistema dos astecas. Com isso se influenciou o povo em ver nas previsões dos astrólogos a delineação de rumos para as suas vidas, a semelhança que se dava aos fenômenos naturais influenciáveis pelas linhas de força da gravitação universal.

As colunas zodiacais num templo maçônico do rito escocês antigo e aceito são doze. Servem como símbolos de demarcação do caminho do homem maçom em desenvolvimento. Localizam-se todas no ocidente e são sinais do crescimento do aspecto material, moral e ético do iniciado, que durante sua jornada transcende em sua religião com a divindade. São seis em cada lado, normalmente engastadas nas paredes e sempre na mesma ordem. Constituem mais da metade de toda a decoração da Loja. Suas representações gráficas apresentam misturas dos quatro elementos místicos estudados por Aristóteles da Grécia antiga e sete astros.

Os rituais maçônicos usam os signos, sinais do zodíaco, em sentido simbólico, não falam em horóscopo, ou em diagrama das posições relativas dos planetas e dos signos zodiacais num momento específico, como o do nascimento de uma pessoa, ou com a intenção de inferir o caráter e os traços de personalidade e prever os acontecimentos da vida de alguém, ou um mapa astral, ou mapa astrológico.

O homem livre não carece disso quando estuda e evolui.

Na filosofia maçônica, as colunas zodiacais são apenas símbolos para estudo, destituídas da atribuição de aspectos da predição do comportamento do homem. É fácil deduzir que sua existência no rito escocês antigo e aceito tem finalidade educacional, parte de uma metodologia pedagógica específica à semelhança de outros símbolos e ferramentas.

As colunas zodiacais representadas no Templo são colunas da ordem jônica tendo, cada uma, sobre seu capitel, o pentaclo correspondente (pentaclo é a representação de cada signo com o planeta e o elemento que o caracteriza). As colunas são postadas longitudinalmente junto às paredes, sendo seis ao Norte e seis ao Sul. A sequência das colunas é de Áries a Peixes, iniciando-se com Áries ao norte próxima à parte Ocidental, e terminando com Peixes ao Sul também próxima à parte Ocidental.

Os signos zodiacais relacionados com o Grau de Aprendiz Maçom são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. O signo zodiacal relacionado com o Grau de Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau de Mestre Maçom são os signos de Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Acompanhe cada um da sua representatividade:

Coluna nº 1: Áries, localizada junto à coluna do Norte, corresponde à cabeça e ao cérebro do homem e representa Benjamim e como faculdade intelectual, a vontade ativa gerada pelo cérebro. Corresponde ao planeta Marte e ao elemento fogo, representando no aprendiz o fogo interno, o ardor encontrado no Candidato à procura de Luz.

Coluna nº 2: Touro, localizada junto á coluna do Norte, corresponde ao pescoço e à garganta. É Issachar por representar a natureza pronta para fecundação, simboliza que o candidato, depois de ser adequadamente preparado, foi admitido nas provas de iniciação. Corresponde ao planeta Vênus e ao elemento Terra.

Coluna nº 3: Gêmeos, localizada junto á coluna do Norte, corresponde aos braços e às mãos, são os irmãos Simeão e Levi, como faculdade intelectual é a união da intuição com a razão. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Ar. Representa a terra já fecundada pelo fogo, á vitalidade criadora, simboliza o recebimento da luz pelo candidato.

Coluna nº 4: Câncer: localizada junto à coluna do Norte, representa o nascimento da vegetação, a seiva da vida, simboliza a instrução do iniciado e a absorção por parte dele, dos conhecimentos iniciáticos da Maçonaria. Corresponde aos órgãos vitais respiratórios e digestivos. É Zabulão, como faculdade intelectual representa o equilíbrio entre o material e o intelectual. Corresponde ao planeta Lua, como era conhecido na antiguidade e somente mais tarde, verificou-se tratar de um satélite da terra e ao elemento Água.

Coluna nº 5: Leão, localizada junto ao Oriente, corresponde ao coração, centro vital da vida física; é Judá. Como faculdade intelectual, os anelos do coração, pois se pensava ser ele o órgão do intelecto. Corresponde ao planeta Sol e ao elemento fogo, é para o Aprendiz a luz que vem do Oriente, é o calor dos Irmãos dentro da Loja. É o emprego da razão a serviço da crítica, é a seleção de conhecimento.

Coluna nº 6: Virgem, localizada junto ao Oriente; corresponde ao complexo solar que assimila e distribui as funções no organismo. É Ascher. Como faculdade intelectual exprime a realização das esperanças. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Terra. Representa, para o Aprendiz, o aperfeiçoamento, quando já pode se dedicar ao desbastamento da Pedra Bruta.

Coluna nº 7: Libra, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Vênus e o ar se refere ao grau de Companheiro Maçom. Simboliza o equilíbrio entre as forças construtivas e destrutivas.

Coluna nº 8: Escorpião, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Marte e pela água. A partir dessa coluna até a coluna de Peixes, todas se referem ao grau de Mestre Maçom. Essa coluna representa as emoções e sentimentos poderosos, rancor e obstinação e a constante batalha contra as imperfeições.

Coluna nº 9: Sagitário, localizada junto à coluna do Sul. Caracterizada por Júpiter e pelo fogo. Representa a mente aberta e o julgamento crítico.

Coluna nº 10: Capricórnio, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Terra. Simboliza a determinação e a perseverança.

Coluna nº 11: Aquário, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Ar. Representa o sentimento humanitário e prestativo.

Coluna nº 12: Peixes, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Júpiter e pela Água. Simboliza o desprendimento das coisas materiais.

A relação citada em relação às seis colunas do Aprendiz maçom pode ser simbolizada da seguinte maneira:

Áries – Fogo – Marte: O ardor iniciático conduzindo à procura da Iniciação;

Touro – Terra – Vênus: O Recipiendário (aquele que é solenemente recebido em uma agremiação), judiciosamente preparado, foi admitido às provas;

Gêmeos – Ar – Mercúrio: O Neófito recebe a luz;

Câncer – Água – Lua: O Iniciado instrui-se, assimilando os ensinamentos iniciáticos;

O Iniciado julga por si próprio e com severidade, as ideias que puderem seduzi-lo;

Virgem – Terra – Mercúrio: Tendo feito sua escolha, o Iniciado reúne os materiais de construção para desbastá-los e talhá-los, segundo o seu destino.

Para o grau de Companheiro Maçom temos:

Libra – Ar – Vênus: O Companheiro em estado de desenvolver seu máximo de atividade utilmente empregada.



As demais colunas se referem ao grau de Mestre Maçom.

As colunas zodiacais simbolizam o crescimento do iniciado no aspecto material, moral e ético, ou seja, é a demarcação do caminho que ele deve percorrer, a direção a ser seguida na busca da perfeição, por aqueles que procuram a verdade embasada na filosofia Maçônica. Nesse período de evolução, aqueles que continuarem nessa caminhada, descobrirão valores até então desconhecidos, segredos lhe serão revelados. Na jornada do iniciado se revela a existência de outros valores e segredos só desvelados aos que persistem nos estudos do rito e perseverantes em seu aprimoramento moral e intelectual.

O homem passa a contemplar outra maravilha, outro universo, uma miniatura daquele cosmos conhecido e representado pelas colunas zodiacais. Esse é o verdadeiro centro do universo da ótica do iniciado. É quando ele desvela o seu mundo interior, a suprema verdade do triunfo humano, a espiritualidade do maçom, ou aquilo que ele considera a representação dela. O conjunto aponta o cosmos, de onde é réplica uma realidade física e transcendental interna, o seu macrocosmo, o seu universo interior, onde ele encontra os vestígios do Grande Arquiteto do Universo e torna-se homem completamente livre e útil ao propóstio Divino e realmente útil à humanidade.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Arte na Maçonaria

Arte Maçônica


Ilustração Sem Título
Extraida do livro Der Verklärte Freymaurer:
"Eine Schrift, werden ihre worinn hieroglyphische Zeichen, Worte, Werke, wie sie sollen verstanden ist und thunlich soweit es, ausgedeutet"
("O maçom Glorioso: Um estudo na qual os seus sinais hieroglíficos, palavras e ritos são interpretados")
1791

Esta encantadora imagem mostra maçons do século XVIII, a discutir um Painel de Aprendiz  e seu simbolismo. Seu trabalho é guiada e iluminado pelo Olho Que Tudo Vê do Supremo Arquiteto.

A definição original de William Preston do Painel é profunda: "O Painel é um emblema do livro da natureza com todos os projetos da Sabedoria Infinita, desenhada e delineada pelo Supremo Arquiteto do Universo que, embora o profano possa ler também, o maçom é que o contempla e atreve-se a imita-lo e seguir os planos que garantam "A Recompensa" e conduzem à felicidade eterna. "

Os Painéis nunca foram realmente estudados utilizando-se de um espelho. Seu uso na imagem é em si meramente simbólico, que lembra o mito da caverna de Platão, em "A Republica" . A frase em latim é retirada do Evangelho de João: "A luz resplandece nas trevas / e as trevas não a compreendem."

Observe que alguns dos maçons estão olhando para o espelho, o que indica que eles percebem que os símbolos refletem verdades mais elevadas, enquanto outros estão olhando para a luz verdadeira, levando a presumir terem compreendido o significado essencial destas. Infelizmente, alguns dos irmãos não estão à procura dos símbolos ou da verdade, nem mesmo olham em direção à Luz, mas olham um para o outro, sem compreender o grande mistério no meio deles.

Na Maçonaria Inglesa, é ensinado que o Pianel é considerado uma das jóias imóveis da Loja. W ∴ Bro.·. W. Kirk NacNulty explica que:

A jóia imóvel ao qual se refere o Mestre Maçom é o Painel do Grau e, ao contrário das outras jóias, esta não se relaciona com uma única pedra*. Ao contrário, como é na prancheta que os projetos estão definidos esta trata das relações entre as pedras e também destas com toda a estrutura de maior dimensão a que pertencem. Ou seja, as preocupações do Mestre Maçom são transpessoais e holísticas. (Freemasonry: A Journey through Ritual and Symbol, 1991, p. 31)


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Tradução livre do texto em inglês feita pelo Irm.·. Martinho Rodrigues de Vasconcelos Neto
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*Nt - Em inglês tem-se o costume de tratar os obreiro das lojas pelo nome de Pedras. Uma aluzão a pedra bruta e polida.
Original em inglês: http://www.academialodge.org

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ritos Maçônicos



Rito ou ritual é a forma como os trabalhos se desenvolvem em uma Loja Maçônica. Não existe rito correto ou errado, desde que este esteja alinhado com os Landmarks. Portanto existem ritos reconhecidos e regulares, outros não. Podemos dizer que o rito é apenas o tipo de caminho que se percorre para um fim comum. No Brasil os ritos mais praticados são Escocês Antigo e Aceito, o rito de York e o rito Brasileiro.

ADONHIRAMITA: Criado pelo Barão de Tschoudy, ilustre escritor, em Paris, França no ano de 1766, de caráter místico e cerimonial, atualmente só em funcionamento no Brasil. 

BRASILEIRO: Rito que se originou em 1878 em Recife, com o primeiro movimento maçônico brasileiro, ficou adormecido até que em 1976 por iniciativa de Lauro Sodré, Grão Mestre, deu o caráter de regular, legítimo e legal para o rito. Este sofreu ainda atualizações, para a sua forma atual. 

ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO: Derivou-se do Rito de Heredon, em 1º de maio de 1786 foram fixados as regras e seus fundamentos, composto até hoje de 33 graus, atualmente é o rito mais difundido nos países latinos. 

Escocês Retificado (1782): Como o próprio nome afirma, este rito consiste numa reformulação do R.E.A.A. e o objetivo era retirar um conteúdo por alguns considerado desnecessário. 

FRANCÊS OU MODERNO: A história deste rito se inicia em 1774, com a nomeação de uma comissão para se reduzir os graus, deixando apenas os simbólicos. No princípio, houve uma forte oposição, então a comissão decidiu deixar 4 dos principais graus filosóficos. Com o decorrer do tempo, lojas adotaram o rito, hoje em dia é muito praticado na França e nos países que estiveram sob sua influência. 

YORK OU EMULAÇÃO (ou Real Arco): Acredita-se ter sido criado por volta de 1743, foi levado à Inglaterra por volta de 1777, inicialmente foi composto de 4 graus, hoje possui 13, atualmente é o rito mais difundido no mundo, e considerado o que mais preserva a verdadeira ritualística e conhecimentos maçônicos. 

MEMPHIS-MISRAÏM: Rito criado com a reunião dos dois ritos, com conotação mais voltada ao Mizraim.

SCHRÖEDER: Criado por Frederick Louis Schoröeder, em 1766 na Alemanha, com a idéia de a Maçonaria conter apenas suas características fundamentais iniciais, sem nenhum acréscimo. Estudou muito as origens maçônicas para compor este rito. É também um dos que mais preserva a verdadeira essência maçônica. 

RITOS MENOS COMUNS

Estrita Observância: Criado em 1764 pelo Barão Hund, com fundamento nas antigas "Ordens de Cavalaria". Era composto de 12 graus, esse rito deu origem aos ritos da Alta Observância e o da Exata Observância. 

Heredom ou Perfeição: Iniciado em Paris, no ano de 1758. 

Misräim ou Egípcio: Acredita-se ter ressurgido na Itália em 1813, e em seguida foi levado a França por Marc, Michel e Joseph Bédarride, Mizr significa Egito em hebraico, e seus divulgadores afirmam ser derivado dos Antigos Mistérios Egípcios, possuem 90 graus, dividido em quatro classes. 

Mêmphis ou Oriental: Foi introduzido em Marselha (França) pelos Maçons Marconis de Négre e Mouret, no ano de 1838, esse rito dirige seus ensinamentos como o de Mizraim para a tradição Egípcia, compõe-se de 92 graus, dividido em 3 séries. 

Adoção: Criado pelo grande Cagliostro na França em 1730, e reconhecido pelo Grande Oriente da França em 1774, trata-se de um rito voltado de temática egípcia, voltado para mulheres. 

Swenderborg: Criado em 1721 pelo Sueco Emmanuel Swenderborg, grande rosacruz, iluminista, teósofo, filósofo, psicólogo, físico e estudioso dos mistérios maçônicos. Desenvolveu este rito com oito graus e deu origem posteriormente aos ritos denominados de Iluministas. 

Há ainda outras dezenas de ritos, adotados em menor escala. 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Origens da Maçonaria


Fundamentos

O conceito de religião natural, como base espiritual da Ordem, alinha-se com a obrigação de cumprir a lei moral e  de trazer religiosidade no peito.   Essa ideologia exposta encontra respaldo no Noaquismo donde emanam inúmeros preceitos, princípios, procedimentos, premissas e proposições que permeiam os aspectos doutrinários.


Noé, último dos patriarcas pré-históricos, exemplo de fé (Hebreus 11:7),  arauto da justiça (2 Pedro 2:5), representante de toda a Humanidade pela vontade de Deus,  homem justo e perfeito (Gênesis 6:9), aquele a quem Deus disse “quem derramar o sangue de seu semelhante também terá o seu sangue derramado (Gênesis 9:6)”, enfim, foi protagonista da Primeira Aliança com Deus, conforme retratado nos capítulos 6 (seis) e 9 (nove) do Gênesis, abrangendo toda a Criação e as futuras gerações, deixou legado de artigos (mandamentos noaquitas) morais, a saber:

a) praticar a equidade (e observar a justiça);
b) não blasfemar o nome de Deus (e dar glória ao Criador);
c) não praticar a idolatria;
d) não praticar atos imorais ou inescrupulosos;
e) não matar;
f) não roubar;  e
g) guardar-se da fornicação, dos atos impuros e da iniqüidade.

A formação mítica basilar da Ordem (calcada na Lenda do Terceiro Grau), parte da premissa  de que o arquétipo do Mestre Maçom, construtor social na abordagem atual, é paradigma  de arquitetura humana perfeita e vem representado, de um lado, por Salomão e seu grande Arquiteto, do templo de Jerusalém, e, de outro lado, por Vitrúvio (Marcos V. Polião, inexcedível arquiteto romano), comandado do Imperador Augusto, em Roma.  Tal afirmação visa a propiciar a permanência, em tempo e espaço, dos elementos cuja existência tem garantido o processo civilizatório, como se seguem:
- um grande homem   -   o Maçom -   falível mas perfectível;
- uma estrutura singular   -  a Loja -   com decisivo corte sagrado/profano via o Rito,  ênfase na ajuda mútua e submissão serena à constituição e regimentos comuns;
- uma elite sustentada pelo mito   -   a Maçonaria -   capaz de ações enaltecedoras, movida que é pelo Amor, o Bem e a Ética.


A Loja

William Shaw,  nomeado mestre-de-obras do rei da Escócia, em 1553, controlava a contratação de pedreiros e construtores.   Em 1598, quatro anos antes de morrer (1602), codificou as regras de criação de lojas corporativas (a primeira carta de St. Clair; para maçons).  Após sua morte declinou e “morreu”, também, a função de mestre-de-obras-do-rei.


As lojas, maciçamente voltadas para a recepção de Aprendizes e aumento de salários (para Companheiros), passaram a evoluir autonomamente. O uso do termo “maçom” consolida-se por volta de 1610, associado ao modo secreto de identificação que comprovava a qualificação profissional do obreiro.

Por volta de 1630  começa a crescer bem o número de “aceitos”, geralmente vindos das classes burguesas ou nobres,  em lojas, oriundos de fora do “métier” corporativo dos talhadores de pedra.
A presença desses  “aceitos” em loja só pode ser explicada por hipóteses, quais sejam:
- interesse pela tradição, supostamente preservada pelos maçons;
- busca de espaço de convívio ou sociabilidade; 
- ligação profissional com a corporação de construtores; ou
- iniciativa de maçons para atrair patrocínio de homens influentes.

Nas origens, tal como hoje, os “aceitos” dotados de poder, influência e ou autoridade não freqüentavam as lojas;  aqueles dentre eles que se permitiam freqüentar, dominavam a “vida” da loja.

Isaac Newton (1642-1727), astrônomo, físico, filósofo e abade inglês, considerou o Noaquismo a religião primitiva dos hebreus, e, assim o resumiu:   “Amar ao Senhor Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o espírito, e ao próximo como a si mesmo”.

 Modernidade

Vale destacar que a simples transição, geralmente divulgada, da chamada Maçonaria Operativa, via “pedreiros-livres”, para a Maçonaria Especulativa,  nunca conseguiu explicar de forma justa e perfeita o porquê da Ordem Maçônica ser linguagem universal, regular, prazerosa, emblemática, planetariamente bem resolvida e assimilada, repositório imemorial dos mistérios e  da Tradição.


As Lojas dos séculos XVII e XVIII participaram da gênese de uma  “esfera pública burguesa”  como contrapartida da perda gradual de posição dominante, tanto das Cortes quanto da Igreja. Poucos,  muito poucos documentos existentes sobre a Inglaterra do século XVII não permitem representar precisamente a organização da profissão do maçom;  havia, sim, certa heterogeneidade de práticas diferentes.

Em 1717/1720, situado caracteristicamente na Inglaterra, surge um grupo de pertença maçônica, de sociabilidade,  com quatro elementos típicos principais, a saber:
1- reivindicação da religião natural como base espiritual;
2- inserção do grupo em contexto tradicional, vinculado ao trabalho do artesão e construtor civil;
3- prática de Rito elaborado;  e
4- cooptação dos membros via obrigação de sigilo, principalmente quanto às reuniões.

Entre 1670 e 1730, nos clubes, cafés, salões, academias científicas, sociedades de intelectuais e, nas Lojas, aristocratas e burgueses encontravam-se para “construir juntos” um uso público do seu entendimento convergente. Esses espaços propiciavam a realização da aspiração “do debate permanente entre pessoas privadas”.

Três princípios presidiam à afiliação dos participantes:

a exigência   -   ainda que não se concretizasse   -   de uma sociedade onde a autoridade dos argumentos prevalecesse sobre a hierarquia social (embora não anulasse as autoridades presentes);
o debate amplo sobre domínios e dominações, dominantes e dominados, notadamente obras literárias e filosóficas, nunca antes acessíveis;

a consciência de pertença a um território mais amplo, a própria “sociedade civil”,  ainda que a  sociabilidade da Loja tenha natureza de  “círculo fechado”, mas socialmente homogênea.

A maçonaria moderna, que apresenta déficit de textos precisos relacionados às origens, surgiu antes do Reino Unido;  em 1707 houve o tratado da união entre Escócia e Inglaterra;  o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda nasceu em 1808. A última quadra do século XX viu emergir, com certa força e vigor, a pesquisa sobre o fato e o trato maçônicos, o que vem trazendo luz sobre seus parâmetros sociológicos e dados constitutivos.


Hoje, com o concurso de investigadores acadêmicos, nem sempre maçons, mas atores fiéis aos fatos históricos e sociológicos, admite-se que a Ordem Maçônica atingiu o estágio atual ao evoluir a partir de três transições principais,  ditadas pela vontade do GADU, a saber:

a) da situação “Operativa”, acostada nas Associações de artífices e profissionais da construção e do talho da pedra, para  uma natureza mais “Especulativa”, de forma lenta e gradual, em vários séculos, capaz de avaliar a conjuntura da sociedade e delinear seus rumos ideológicos;

b) a criação da Grande Loja de Londres  -   a   “Premier”  -   que foi acompanhada  por profundas mudanças de simbolismos, rituais, cargos e encargos, e mais simultânea e profundamente, ainda, no “êthos”  de cada indivíduo, robustecendo o sentimento de pertença em relação ao caráter e ao protagonismo, individual ou coletivo, a cumprir, bem como o “éthos” da instituição, que  reforçou ontológica e antropologicamente a atuação da Ordem no contexto da Família, da Pátria, da Sociedade e da Humanidade, tecendo, assim, em pleno Humanismo e Iluminismo, do século das Luzes (sec. XVIII), rumos institucionais e filosóficos;

c) após  algumas rebeliões e rompimentos a terceira transição ocorreu sob forte  reconciliação entre contendores radicais,  em 1813, e a criação da Loja-Mãe Unida da Inglaterra, consolidando, afinal, caminho iniciático, litúrgico e simbólico.

d) Cumpre assinalar, afinal, sobre as origens da Ordem, em que pese  o cenário multifacetado e, ainda, pouco preciso dos textos históricos, que os estudos são sempre enaltecedores e repletos de dignidade humana, jamais tangidos por fundamentalismo,  sentimentos ou intenções menores, ou, que signifique menoscabo em relação à Criação, à Criatura e ao seu Criador.

 Fonte: GOB

PROCLAMAÇÃO AO POVO BRASILEIRO - CMSB


PROCLAMAÇÃO AO POVO BRASILEIRO

A CONFEDERAÇÃO DA MAÇONARIA SIMBÓLICA DO BRASIL - CMSB constituída de 27 Grandes Lojas, que congregam mais de 100 mil Maçons distribuídos nas Lojas Maçônicas situadas em todo País, reunida em sua XXXIX Assembléia Geral Ordinária, em Belém - Pará, conclama o Povo Brasileiro para que, unidos, continuemos na defesa intransigente da ética, da moral e da soberania nacionais, propugnando, ainda, pela(o):

Garantia permanente da liberdade de imprensa, como alicerce do Estado democrático de direito;

Exercício do voto consciente, afastando do cenário político candidatos não comprometidos com o decoro necessário ao desempenho da função pública;

Observância da proteção ambiental adequada, que assegure o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população;

Combate aos grupos extremistas existentes no território nacional, exigindo ação imediata das autoridades constituídas, pondo fim as suas atividades ilícitas; e, finalmente,

Necessidade de implementar ações efetivas de enfrentamento à disseminação das drogas, à criminalidade e de defesa à juventude, visando reduzir o lamentável estado de insegurança que permeia a sociedade brasileira.
Belém, 15 de julho de 2010.

JOSÉ NAZARENO NOGUEIRA LIMA
Grão-Mestre da M:. R:. Grande Loja Maçônica do Estado do Pará e 
Presidente da XXXIX Assembléia Geral Ordinária da C.M.S.B.

NATHANIEL CARNEIRO NETO
Secretário Geral 

Assinam: 

Pedro Luis Longo
Acre

Ivanildo Marinho Guedes
Alagoas

José Odair da Fonseca Benjamin
Amapá

René Levy Aguiar
Amazonas

Itamar Assis Santos
Bahia

Juvenal Batista Amaral
Distrito Federal

Etevaldo Barcelos Fontenele
Ceará

Aídes Bertoldo da Silva
Espírito Santo

Ruy Rocha de Macedo
Goiás

Raimundo N. S. Pereira
Maranhão

José Carlos de Almeida
Mato Grosso

Jordão Abreu da Silva Júnior
Mato Grosso do Sul

Janir Adir Moreira
Minas Gerais 

Wagner Spíndola Ataíde
Pará

Marcos Antônio de Araújo Leite
Paraíba 

João Carlos Silveira
Paraná

Dimas José de Carvalho
Pernambuco

Reginaldo Rufino Leal
Piauí

Waldemar Zveiter
Rio de Janeiro

Luiz Carlos R. da Silva
Rio Grande do Norte

Gilberto Moreira Mussi
Rio Grande do Sul

Juscelino M. do Amaral
Rondônia

Lindberg Melo da Silva
Roraima

Wilson Filomeno - PGM
Santa Catarina

Francisco Gomes da Silva
São Paulo

José Valter R. dos Santos
Sergipe

Jair de Alcântara Paniago
Tocantins

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

FOTOS INICIAÇÃO 29/01/2011




















Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito

Exibe-se quadro com todos os graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, o qual também está disponível no excelente site www.maconaria.net , um dos mais completos e sérios sites sobre a Real Ordem. Lembramos que as informações apresentadas tem caráter histórico, retratando uma realidade do Séc. XIX, sendo que alguns destes trajes já sofreram modificações estéticas.


1 - Aprendiz - Avental de pele branca com a abeta (ou babadouro) levantada. Simbolicamente, o aprendiz é representado em mangas de camisa e com esta aberta no peito, numa alusão ao seu traje durante as provas de iniciação, em que se deve apresentar com peito nu, o joelho descoberto e o pé esquerdo descalço.
2 - Companheiro - Avental de pele branca com a abeta voltada para baixo. O companheiro já é representado em traje civil completo, segundo a moda da época.
3 - Mestre - Avental branco forrado e debruado de vermelho (nos dias de hoje, no Brasil, a cor identifica a potência, podendo ser Vermelha ou Azul Celeste ); no meio do avental estão pintadas ou bordadas a vermelho as letras "M.·. B.·. (Em desuso no Brasil no REAA)". Ao pescoço, fita azul de cerca de 10cm de largura ("quatro polegadas"), tendo, na sua extremidade inferior, uma roseta vermelha; pendente acha-se a jóia, que consiste num esquadro e num compasso, este aberto num ângulo de 45 graus. Estas insígnias, que se mantiveram essencialmente até hoje na Maçonaria portuguesa, conhecem, todavia, na actualidade, uma ligeira alteração, s., a substituição da fita por uma banda azul debruada de vermelho, que se usa a tiracolo da direita para a esquerda.
Past Master - Insígnias semelhantes às de "Mestre"; no avental pinta-se ou borda-se a ouro um círculo, em cujo campo estão as duas colunas "B.·." e "J.·." dos templos maçónicos e, no meio, um pentagrama ou estrela flamejante de cinco pontas com um iod hebraico no centro; em volta da circunferência, servindo de orla, estão as letras "H.·. T.·. S.·. T.·. K.·. S.·.".

4 - Mestre Secreto - Avental branco preso por fitas (ou cordões) pretas; no meio do avental, dois ramos cruzados, um de loureiro e o outro de oliveira, com a letra "Z" no centro; abeta azul com um olho pintado ou bordado a ouro. Ao pescoço, fita azul debruada de preto, tendo pendente a jóia, que é uma chave de marfim, igualmente com um "Z" inscrito.
5 - Mestre Perfeito - Avental branco com abeta verde; no meio do avental há três circunferências concêntricas tendo no centro da menor um cubo com a letra "J" na face principal. Ao pescoço, fita verde de onde pende a jóia, que é um compasso aberto a 60 graus sobre um segmento de círculo graduado.
6 - Secretário Íntimo ou Mestre por Curiosidade - Avental branco debruado de vermelho, tendo na abeta um triângulo, pintado ou bordado a ouro, com três pontos (.·.). Ao pescoço, fita carmesim de que pende a jóia, que é formada por três triângulos entrelaçados.
7 - Preboste e Juíz - Avental branco bordade de vermelho na orla e ao longo da abeta onde se acha, pintada ou bordada, uma chave de ouro; no meio do avental existe uma algibeira debruada de vermelho com uma roseta também vermelha. Ao pescoço, fita carmesim, tendo pendente a jóia, que é outra chave de ouro.
8 - Intendente dos Edifícios - Avental branco debruado de vermelho e bordado, na orla, a verde; no centro, a vermelho, uma estrela de nove pontas e, por baixo, uma balança a ouro; na abeta, um triângulo branco debruado de verde tendo inscritas, na mesma cor, as letras "B.·. A.·. J.·.". Banda carmesim posta a tiracolo, da direita para a esquerda, de que pende a jóia, consistindo num triângulo de outro com inscrições alusivas ao grau.
9 - Mestre Eleito dos Nove - Avental branco debruado de preto tendo, no centro, bordado ou pintado, um braço segurando um punhal no acto de ferir; abeta, debruada também de preto. Banda preta, posta a tiracolo, da esquerda para a direita, tendo semeadas nove rosetas vermelhas, de forma a que se vejam quatro na face dianteira e outras quatro na traseira; como jóia, um punhal de ouro com lâmina de prata, que pende da nona roseta, situada na parte inferior da banda.
10 - Ilustre Eleito dos Quinze - Avental branco debruado de preto, tendo, no meio, uma vista simbólica da cidade de Jerusalém com três portas e, frente a cada uma delas, espetada num poste, uma cabeça; abeta debruada também de preto. Banda preta a tiracolo, da esquerda para a direita, com três cabeças pintadas ou desenhadas na parte da frente; do extremo inferior da banda pende a jóia, que é um punhal de ouro com cabo de prata. Segundo os rituais do século XX, a banda ostenta, além das três cabeças, nove rosetas vermelhas e doze lágrimas de prata.
11 - Sublime Cavaleiro Eleito - Avental branco debruado de preto, com orla decorativa também a preto; no meio, uma algibeira tendo pintada ou bordada uma cruz vermelha; abeta debruada e orlada de preto. Banda preta, colocada a tiracolo, da esquerda para a direita, tendo bordada a prata a divisa "VICERE AUT MORI"; a jóia, pendente da extremidade inferior da banda é um punhal de ouro com lâmina de prata. Nos rituais do século XX permite-se a substituição da divisa por "três corações inflamados", bordados.
12 - Grande Mestre Arquitecto - Avental branco, debruado e orlado de azul, com uma algibeira ao meio, também orlada da mesma cor, abeta debruada de azul. Banda azul a tiracolo, da direita para a esquerda; tem suspensa, na sua extremidade inferior, a jóia, que é uma chapa quadrada com inscrições alusivas ao grau.
13 - Real Arco - Banda escarlate, da direita para a esquerda, de cuja extremidade inferior pende a jóia, um triângulo ou uma medalha de ouro com inscrições alusivas ao grau. Nos rituais do século XX usa-se, além da banda - convertida em fita posta ao pescoço - , um avental branco orlado de escarlat
14 - Grande Escocês - Avental branco, debruado de carmesim e orlado com um folho da mesma cor; no meio, está pintada ou bordada, também a carmesim, uma pedra quadrada com um anel ao centro. Fita de igual cor ao pescoço, tendo pendente a jóia que é um compasso de ouro aberto em cima de um quarto de círculo. Nos rituais do século XX, o avental é orlado com um folho azul, em vez de carmesim.
15 - Cavaleiro do Oriente ou da Espada - Avental branco, debruado de verde; no meio, acham-se bordados três cepos de carvalho formando um triângulo, no centro do qual estão inscritas as iniciais "L.·. D.·. P.·."; na abeta, pintada ou bordada, vé-se uma cabeça ensaguentada entre duas espadas cruzadas. Banda verde-mar a tiracolo, da direita para a esquerda, tendo bordados ossos, membros, cabeças, espadas inteiras e espadas partidas, bem como uma ponte com as iniciais acima referidas; da banda pende a jóia, que é uma pequena espada. Nos rituais do século XX, o triângulo de cepos de carvalho é substituído por três triângulos entrelaçados, sendo os lados formados por pequenos triângulos.
16 - Príncipe de Jerusalém - Avental vermelho debruado de amarelo claro; facultativamente, pode pintar-se no meio uma imagem do templo de Salomão, ladeado por: um esqueadro, um compasso, um escudo, um delta flamejante e o braço da justiça. Ao pescoço, escapulário azul debruado de amarelo e bordado a ouro, com uma balança, o braço da justiça, um punhal, cinco estrelas e duas coroas; dele pende a jóia, que é uma medalha de ouro tendo gravadas, no anverso, uma mão sustentando uma balança e, no reverso, uma espada de dois gumes e cinco estrelas. Luvas vermelhas. Nos rituais modernos, tal como no texto do ritual de 1841-42, a cor do escapulário é avermelhada ("cor de aurora"), em vez de azul.
17 - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente - Avental amarelo debruado de vermelho. Banda branca, a tiracolo, da direita para a esquerda. Ao pescoço, fita preta tendo pendente a jóia, um heptágono parcialmente de ouro e parcialmente de prata ou de madrepérola, com inscrições alusivas ao grau.
18 - Soberano Príncipe Rosa-Cruz - Avental amarelo debruado de escarlate, tendo ao meio três círculos e três quadrados concêntricos, com três triângulos também concêntricos inscritos no círculo mais pequeno; na abeta, borda-se um "J" a ouro (embora na gravura pareça vermelho). Ao pescoço, fita metade verde (a da direita), liga escarlate com a legenda "VIRTUDE E SILÊNCIO". As insígnias modernas são bastante diferentes destas, baseando-se essencialmente a sua simbologia no pelicano alimentando os sete filhos com a carne do peito e na cruz com a rosa mística.
19 - Grande Pontífice - Banda carmesim orlada de branco, posta a tiracolo, da direita para a esquerda; bordadas, doze estrelas de ouro, bem como as palavras "Alpha" à frente e "Omega" atrás. Da banda pende a jóia, em forma de quadrado, tendo gravadas letras alusivas ao grau. Toga branca e fita azul com doze estrelas de ouro cingindo a testa. Nos rituais modernos, a toga e a fita da cabeça estão omitidas, surgindo, em compensação, um avental branco com decorações alusivas ao grau.
20 - Venerável Mestre de todas as Lojas - Avental azul orlado de amarelo, com abeta amarela; pintado ou bordado a ouro, no meio, um triângulo com a letra "R" inscrita; da fita que ata o avental pendem dois cordões amarelos franjados. Escapulário azul e amarelo estando, na parte da frente, o azul em cima e o amarelo em baixo e, na parte de trás, o amarelo em cima e o azul em baixo. A jóia, que pende do escapulário, é um triângulo de ouro com a letra "R".
21 - Cavaleiro Prussiano ou Noaquista (também grafado "Noaquita") - Avental amarelo. Banda preta, posta a tiracolo, da direita para a esquerda, tendo pendente, da extremidade inferior, a jóia, que é um triângulo equilátero de ouro atravessado por uma flecha com a ponta virada para baixo. Luvas amarelas.
22 - Real machado - Avental de pele branca, debruado de vermelho e atado com fita vermelha; pintadas, uma mesa redonda com desenhos e plantas de edifícios em cima, tendo por baixo três figuras, uma derrubando uma árvore, outra cortando os ramos da árvore derrubada, e a terceira afeiçoando a madeira; na abeta, um olhos bordado a ouro. Ao pescoço, fita larga cor de fogo, tendo pendente a jóia, que é um machado de ouro com cabo terminado em borma de coroa e, gravadas, letras alusivas ao grau. Nos rituais modernos, omitem-se as três figuras do avental e muda-se para as cores do arco-íris a cor da fita.
23 - Chefe do Tabernáculo - Faixa escarlate à cintura, com franja de ouro pendente do lado direito. A jóia, pendente da faixa, é um turíbulo suspenso por roseta preta. Toga branca. Nos rituais modernos, acrescentam-se um avental escarlate, orlado de amarelo e uma fita da mesma cor, ao pescoço.
24 - Príncipe do Tabernáculo - Avental branco debruado de cor de fogo, tendo no meio uma esfera de ouro. Banda da mesma cor com a esfera ao meio, posta a tiracolo, da direita para a esquerda. Facultativamente, usa-se uma toga azul semeada de estrelas de ouro, com gola guarnecida de "raios de garça de oiro de maneira que formem uma espécie de resplendor por detrás da cabeça". Fita azul com estrelas de ouro cingindo a testa. Nos rituais modernos surgem variantes: escarlate em vez de cor de fogo; fita ao pescoço em vez de banda; triângulo luminoso em vez de esfera; murça azul e manto cor de ouro.
25 - Cavaleiro da Serpente de Bronze - Fita vermelha ao pescoço, com a divisa "VIRTUDE E CORAGEM"; pendente da sua extremidade, a jóia, que é uma serpente enroscada numa vara terminando em "T". Nos rituais modernos, acrescenta-se um avental brando, orlado de escarlate.
26 - Príncipe da Mercê (também grafado "Merci" ou "Mercy") - Avental escarlate, no meio do qual está pintado um triângulo, metade verde e metade branco. Ao pescoço, fita tricolor, vermelha, branca e verde, em faixas paralelas, estando o verde em baixo; dela pende a jóia, que é um triângulo equilátero de ouro.

27 - Grande Comendador do Templo - Avental vermelho forrado e debruado de preto; no meio, tem, a preto, uma cruz teutónica rodeada por uma coroa de louro; na abeta, e na mesma cor, uma chave. Ao pescoço, fita branca com risca vermelha perto de cada borda, semeada de cruzes duplas vermelhas; dela pende a jóia, um triângulo equilátero de ouro. Nos rituais modernos, como aliás na própria descrição escrita de 1841-42, a cruz do avental coloca-se na abeta, juntamente com a chave; há ainda outras variantes, de menos importância.
28 - Cavaleiro do Sol - Avental de pele "parda", debruado de preto. Ao pescoço, fira de moirée branco, tendo na ponta, bordado ou pintado, um olho a ouro; a jóia, pendente da fita, é um triângulo radiante de ouro, com um ohos no meio. Túnica curta azul celeste. Barrete de seda azul, bordado a ouro, ou fita amarela cingindo a testa. Nos rituais modernos suprime-se o avental.

29 - Grande Escocês de Santo André - Banda de moirée carmesim, posta a tiracolo, da esquerda para a direita; dela pende a jóia alusiva ao grua. Toga vermelha com cinta de seda branca, franjada a ouro. Nos rituais modernos há variantes; acrescenta-se um avental branco orlado de verde com franjas de ouro, permite-se a substituição da banda por uma fita ao pescoço e conhecem-se dois tipos de jóia, consoante se use banda ou fita.

30 - Grande Eleito Cavaleiro Kadosch (também grafado "Kadosh" e "Kadesh") - Avental branco debruado de vermelho com a cruz teutónica no centro. Banda preta, orlada de prata, posta a tiracolo da esquerda para a direita, tendo bordados, a ouro uma cruz teutónica e duas espadas entrelaçadas, e a prata uma águia bicéfala (com coroa e segurando uma espada, ambas a ouro), as iniciais "C.·. K.·. S.·." e uma caveira com dois ossos entrecruzados; laço e franja de prata na extremidade inferior; desta pende também a jóia, que é um punhal de prata com cabo de ouro. Cinta vermelha. Usa-se igualmente, em alternativa às anteriores insígnias, uma túnica branca aberta dos dois lados, debruada de preto; no peito e nas costas, leva uma grande cruz teutónica, a vermelho. Cinta preta franjada de prata, de que pende a jóia, um punhal com cabo de marfim e ébano. Chapéu com abas abatidas, tendo na frente um sol com raios de ouro e fundo de prata, no meio do qual se acha um pequeno olho; aos lados do sol, as letras "N" e "A". Nos rituais modernos suprime-se geralmente o avental e surgem alterações de somenos importância. Também se não faz uso da túnica nem do chapéu.
31 - Grande Juiz Soberano Comendador - Avental branco debruado de prata com a cruz teutónica no meio, também de prata, e o número "31" bordado a vermelho, na abeta. Ao pescoço, fita de moirée branca, tendo na ponta um triângulo radiante de ouro com o número "31" bordado a vermelho. O avental pode ser suprimido nas sessões de loja de grau inferior. Nos rituais modernos acrescenta-se a jóia, pendente da fita, que é uma cruz teutónica..
32 - Sublime Príncipe do Real Segredo - Ao pescoço, fita preta orlada de prata e forrada de vermelho, com uma cruz teutónica na ponta, bordada a vermelho, onde se desenha uma águia bicéfala de prata; no reverso da fita borda-se outra cruz teutónica, a preto; a jóia, pendente da fita, é uma cruz teutónica de ouro esmaltada de vermelho, com o número "32" no centro. Usa-se também, em alternativa, uma túnica branca com cinta negra franjada de prata, e um manto vermelho no qual se borda uma cruz teutónica branca; no peito da túnica borda-se outra cruz teutónica, vermelha. Chapéu semelhante ao do grau 30, preto com uma águia bicéfala a ouro. Nos rituais modernos, para lá de se omitir a túnica, o manto e o chapéu, acrescenta-se uma cinta preta franjada de prata, com a cruz teutónica pendente.
33 - Soberano Grande Inspector Geral - Avental branco, orlado de folho vermelho, tendo bordada no meio uma águia bicéfala de ouro, coroada e sobreposta por cinco bandeiras; na abeta borda-se uma cruz teutónica a vermelho e ouro. Banda de moirée branca, posta a tiracolo, da direita para a esquerda; tem bordados, a ouro e vermelho, a águia bicéfala coroada, um triângulo radiante tendo no centro o número "33" e duas bandeiras cruzadas e sobrepostas por uma coroa; franja de ouro. Cinta de moirée branco, franjada de ouro, com uma cruz teutónica a vermelho e ouro no centro. Ao pescoço, fita estreita branca, tendo pendente a jóia, que é uma águia bicéfala preta coroada, com bico, unhas e espada nas garras a ouro. Usa-se em alternativa, para ocasiões solenes, uma túnica vermelha orlada de ouro, banda e cinta como as anteriormente descritas, e manto brando orlado e bordado de ouro, com uma cruz teutónica vermelha. Na cabeça coroa aberta. Nos rituais modernos, para além de se omitir o traje de cerimónia, suprime-se o avental.

Fonte: 
Figurinos Maçónicos Oitocentistas, um «guia» de 1841/42 com apresentação, introdução e anotações do Dr. A. H. de Oliveira Marques (Editorial Estampa, Lisboa, 1983) - cortesia do Grémio Fénix (GOL, Lisboa)


Retirado de www.maconaria.net

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